quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Valentina do MasterChef Junior e a relativização da pedofilia


Hoje o site "Foco Cristão" publicou um texto HORRÍVEL sobre a Valentina do MasterChef Junior, texto este que relativiza e LEGITIMA os comportamentos abusivos / pedófilos / medonhos, enfim, reproduzidos por muitos internautas a respeito de uma menina de 12 anos de idade.

Primeiro vamos começar com uma correção, galerinha do "Foco Cristão":

Ela tem 12 anos, é uma CRIANÇA... CRIANÇA! E não uma "mulher de 12 anos, que ja está na idade até de ter filhos"... Não! Ela é uma criança, que está na idade de ter brinquedos, de não ter preocupações adultas, uma criança que está na idade de ter INFÂNCIA!

A sexualização de crianças e adolescentes por adultos É PEDOFILIA SIM! Um homem de seus 20 e poucos anos dizer que deseja uma criança de 12, é um pedófilo SIM... Nada disso tem a ver com "atração sexual primária por quem não atingiu a puberdade"... Aliás, esse termo usado por vocês é apenas uma forma romantizada de abordar a pedofilia!

Ela não tem que ser gostosa para atrair homens! Ela não tem que ser isca de nada, para nada, nem para ninguém... Ela não deve ser objetificada por homens que se sentem atraídos por "novinhas"... Ela não deve ser vítima de NENHUMA forma de assédio... Ela não deve ser "fecundada para gerar a prole" enquanto ela - legalmente - não tiver a capacidade de CONSENTIR... Ela não deve ter que corresponder às vontades de nenhum machinho escroto, nem tão pouco ser vítima de pessoas tão doentes quanto àquelas que escreveram aquele terrível texto!

Gostar de sexo não te dá aval para ser conivente com a pedofilia, assim como o texto de vocês o é!
Gostar de sexo não te dá aval para assediar meninas / mulheres, de qualquer idade que seja!

Não relativizem a pedofilia! Não passem o pano em pedófilos!

Sexo com crianças é Pedofilia SIM e deve ser denunciada!

DENUNCIE!

Para denunciar por telefone:  Ligue para o número 100, do Disque Denúncia Nacional, subordinado à Secretaria de Direitos Humanos do Ministério da Justiça. A ligação é gratuita e o serviço funciona diariamente das 8h às 22h, inclusive nos finais de semana e feriados. As denúncias recebidas são analisadas e encaminhadas aos órgãos de defesa e responsabilização, num prazo de 24h.

Denúncia por e-mail:  É possível também enviar uma mensagem para a Secretaria Especial dos Direitos Humanos no e-mail: disquedenuncia@sedh.gov.br.


Vamos ler um pouco sobre o que é pedofilia?
Turminha do MPF

Att.
O Casal


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

AS CRIANÇAS PRATICAM E SOFREM BULLYING: E O QUE NÓS TEMOS A VER COM ISSO?

Recentemente vi algumas pessoas reviverem o post que fiz falando de quando apoiei meu filho contra o bullying que ele havia sofrido na escola por gostar de colorir as unhas, e uma coisa ainda ficou martelando em minha cabeça. A bendita pergunta do tal guia a respeito da minha atitude, onde ele dizia que eu, por agir assim, poderia estar incentivando o bullying contra meu filho.

E não, não me incomodo com essa pergunta por me sentir culpado. Faria tudo de novo, se fosse necessário. Mas me incomoda sim, por ver o quanto esse sentimento culpabilizador é recorrente em toda forma de opressão.

"Isso não aconteceria se você não agisse assim".
"Isso poderia ter sido evitado se você não vestisse tal roupa".
"Você tem que parar de se comportar assim se não quiser que as pessoas tirem sarro de ti".

É simplesmente terrível essa mania que as pessoas tem de tentar justificar o injustificável.

Meu filho foi vítima de bullying, mas eu não vejo a outra criança como culpada, a vejo como mais uma vítima da irresponsabilidade adulta, da mania que os adultos tem de querer incutir na cabeça das crianças o preconceito contra toda e qualquer diversidade, na tentativa de moldar bonequinhos padronizados pela ignorância e pela mente vazia.

Meu filho foi vítima de outra vítima!

É... Crianças podem ser más... Principalmente no que depender dos que as ensinam a maldade.

Veja bem, o Arthur é uma criança com seus 4 anos, no meio de outras crianças mais novas e até mais velhas que ele, e assim como toda criança, o Arthur está sempre querendo explorar e descobrir, seja uma nova brincadeira, seja uma nova palavra, ou até mesmo um novo jeito de usar os velhos brinquedos, enfim... É normal que as crianças se sintam vislumbradas com muitas coisas que para nós, adultos, são corriqueiras, e é igualmente normal que uma criança queira calçar um sapato do papai ou até mesmo, usar o esmalte da mamãe.

Pois bem. A Laura​ tem esmaltes com cores bem vibrantes, cores estas que sempre chamaram a atenção do Arthur, e quando ele a via pintando as unhas, ele queria fazer igual, porque pra ele era legal ver ali, tantas cores disponíveis para colocar nas unha. De início a Laura relutou um pouco, mas não por preconceito, e sim por não ter à época, esmaltes que pudessem ser utilizados em crianças também, mas tão logo ela os arrumou, permitindo que o Arthur pudesse fazer uso das cores em seus dedinhos.

E aí chegamos ao ponto:

Arthur, uma criança de 4 anos quis ir pra escola com suas unhas coloridas e nós permitimos. Quando ele chegou da escola, estava cabisbaixo e tirando o esmalte. Ao ser indagado, relatou que um coleguinha havia o chamado de "menininha". De imediato nos pusemos a explicar que:

• As cores são para todos e todos podem delas fazer uso;
• Não há nada de errado em ser menininha.

E a partir daí, foi que passei a levá-lo e buscá-lo na escola com as minhas unhas pintadas.

Nunca esperei daquele post mais do que uma repercussão entre amigos do face, como sempre tivemos quando relatamos algo do Arthur.

Nunca quis, com aquele post, ganhar uma "estrelinha de bom pai" porque eu não fiz nada além do MÍNIMO pelo meu filho.

Nunca quis ganhar fama com aquele post, pois como disse, não fiz nada além do mínimo e eu jamais faria algo para ganhar fama em cima de uma opressão sofrida pelo meu filho. Ele sempre pintou minhas unhas, e isso pra gente é algo corriqueiro, parte de nossos dias, portanto, essa repercussão foi algo totalmente inesperado para todos nós.

Agora, voltando ao título do texto:

O que nós, adultos, temos a ver com o bullying sofrido / praticado por nossas crianças?

TUDO! Absolutamente TUDO!

Quando ensinamos às nossas crianças que "rosa é cor de menina / bicha / viado", por exemplo, estamos ensinando-as a reforçar estereótipos de gênero e de quebra, estamos ensinando-as a se tornarem adultos extremamente preconceituosos.

Quando ensinamos que "homens não choram", estamos ensinando que, nenhum menino, em hipótese alguma, pode chorar e que fazê-lo é demonstrar fraqueza, que "chorar é coisa de menina" (olha o estereótipo de gênero + um baita machismo de quebra).

Quando ensinamos que "bonecos são para meninos e bonecas para meninas", estamos limitando suas infâncias, impedindo que explorem e descubram e estamos apenas reforçando tudo que já foi mencionado acima.

Se quer mesmo saber o que você tem a ver com o bullying que seu filho sofre / pratica, reveja como é que você reage diante das diversidades e das descobertas de seus filhos, reveja o que diz e como diz... Quem sabe não está na hora de uma desconstrução?

sexta-feira, 6 de março de 2015

Palmada NÃO!


É cada vez mais comum encontrarmos pessoas que ainda são favoráveis à palmada corretiva, alegando que esta não é prejudicial à criança, mas que sim, é uma "forma de controlar" o comportamento da mesma.

Mas paremos para pensar:

Se o meu filho aprende tudo o que lhe ensino, se ele aprende tudo o que o rodeia, o que o estarei ensinando ao agredi-lo quando a sua forma de agir extrapola os limites - os MEUS limites - ?

Crianças criadas com grito, gritarão;
Crianças criadas com agressões, agredirão;

Já dizia Carlos Gonzalez, no livro "Besame Mucho":
"Crianças criadas com carinho e respeito são carinhosas e respeitadoras. Não durante todo o tempo, claro, mas durante a maior parte do tempo. Essa é a tendência natural, pois, no ser humano, a cooperação com outros membros do grupo é tão natural como andar e falar. Para conseguir que as crianças se tornem agressivas, temos de empurrá-las de alguma maneira para afastá-las do caminho habitual. Crianças educadas com gritos gritam. Crianças educadas com palmadas também batem nos outros."

Hoje tive o desprazer de ler um texto ridículo Contra a Lei da Palmada onde o autor, erroneamente diz que "palmada não é tortura e não traz danos à criança" alegando que "Pequenos riscos e danos fazem parte da vida, e podem ser justificados por ganhos significativos em outras áreas." e até comparando a palmada a um pneu remoldado de estepe (pior e menos seguro, mas, quando necessário, quebra um galho. Melhor com ele do que sem).

Bom, deixa te contar um segredinho: A palmada NÃO SE FAZ NECESSÁRIA. É extremamente possível criar uma criança sem submetê-la à violência, como mostra Ligia Moreiras Sena, autora do livro Educar Sem Violência e dona do site Cientista Que Virou Mãe. Fácil pode não ser no início, já que a nossa cultura perpetua essa ideia de que "uma palmadinha não faz mal", pior ainda quando dizem "vai doer mais em mim do que em você". MENTIRA! Quem apanha NUNCA esquece!

Existem muitas e boas alternativas aos pais que se interessarem pela educação positiva, em ensinar aos seus filhos que seus erros tem CONSEQUÊNCIAS e não CASTIGOS, ensiná-los que devemos sempre, respeitar o corpo um do outro, deixar que se exercitem o máximo que puderem... Uma hora ou outra as crianças serão agressivas, faz parte do desenvolvimento delas. Mas não vai ser batendo, castigando, gritando, humilhando a criança que você conseguirá trabalhar estes aspectos. 

Ao agredi-la quando ela comete erros, você a está ensinando que, se no futuro ela não conseguir lidar com determinada situação no diálogo, ela pode sim, partir pra violência.

Pais violentos criam filhos violentos.

Sugiro a leitura deste artigo

Agora pensemos o seguinte:

Se você bate em um homem adulto, isso é agressão;
Se você bate em uma mulher adulta, isso é agressão;
Se você bate em uma pessoa idosa, isso é agressão;

Então por que somente a AGRESSÃO à criança, a violação de sua integridade física, é tida como "algo educativo"? Onde se encontra a educação nessa conduta? Onde está o viés educativo em submeter uma criança a um tratamento humilhante?

Não pense tão somente em criar filhos melhores (até porque agredindo-os não estará contribuindo pra isso), pense principalmente, em tornar-se um pai / uma mãe melhor para seus filhos e aprenda de uma vez por todas:

Educação sem violência é possível SIM!

Att.

O Casal


quinta-feira, 5 de março de 2015

Paternidade como opção x Maternidade como obrigação

Recentemente, passando pelo blog papo de acéfalo homem, vi um texto que me revirou as entranhas.

Neste texto, abordava-se o tema "A maternidade é uma furada". Pois bem, antes de mais nada é bom esclarecer que: Para o homem NÃO EXISTE obrigatoriedade da paternidade. NENHUM homem é forçado a ser pai, nenhum homem sofre tanta cobrança de "tem que ser pai logo, senão passa da hora e aí fica mais difícil" como sofre uma mulher com a maternidade compulsória.

Para o homem é muito, mas muito mais fácil dizer: "Não quero ser pai"e simplesmente largar de mão a gestante e uma criança que ELE também gerou, vale também lembrar que nem toda mulher sonha em ser mãe, mas elas são pressionadas a isso:

"Engravidou? Agora cuida! Leve adiante uma gravidez indesejada porque abortar é crime!"

"Nossa, por que você não quer levar adiante essa gravidez? Ser mãe é tão bom!"

"Nossa, mas que coisa mais anti-natural, uma mulher dizer que não quer ser mãe!"

"Vamos, siga com essa gravidez, você pode achar que não é o que você quer agora, mas quando a criança nascer você vai ver como é bom ser mãe."

"Não importa a sua idade, ninguém mandou abrir as pernas, fez porque quis, agora dá seu jeito!"

"O que? Você abortou? Mas isso é um absurdo! Sua assassina! Só pensa em você mesma!"

Mas e o homem? E quando o homem diz que não quer assumir um filho que ELE TAMBÉM GEROU? Quais são as cobranças?

"Ah, você tá certo. Tá muito novinho ainda pra ser pai, melhor aproveitar melhor a vida um pouco mais."

"O que? Aquela mina safada engravidou de ti porque QUIS e agora é você quem tem que assumir?"

"Não, cara, não seja pai agora mesmo não, você tem tanta coisa pela frente ainda."



Pois vejam só! A paternidade, se comparada à maternidade compulsória, em NADA pesa para o homem, em nada MESMO... Mas aí, se ele engravida uma mulher, depois sai correndo com o rabinho entre as pernas e ela resolve pedir a pensão (que ó... é DIREITO da criança e DEVER teu, cara), surgem outras acusações para a mulher do tipo "nossa, mas é uma vadia mesmo, engravidou porque quis e agora quer pedir pensão"... Rapaz, deixa te contar uma coisa, salvo alguns experimentos já bem sucedidos, ninguém gera filho sozinho não, sacomé?

Este mesmo autor também queixou-se de que uma patroa que ele teve, costumava atrasar o salário de outras pessoas da equipe para dar preferência às funcionárias que já eram mães e a coloca numa posição de "protecionista"... Cara, que bom MESMO que ela deu preferência para pagar às funcionárias mães porque elas com certeza precisam muito mais do pagamento delas do que você, que com certeza acabaria com boa parte / todo ele em baladas ou sabe-se lá o que.

E machinho chorão, sabe por que as mulheres que são mães não tem e nem deviam ter uma maior tributação de impostos? Bom, acho que essa é uma perguntinha retórica né?? Basta tu calcular aí a média dos salários e o quanto se gasta quando tem uma ou mais crianças em casa. Veja todos os gastos, todos MESMO:

água, luz, mercado, fralda, roupas, calçados, brinquedos, dentre outras coisas mais... Reflita sobre TODOS esses gastos e diga: Tu acha MESMO que tirar 30% do seu salário para ajudar a suprir estas necessidades mais básicas e outras mais, de uma criança que também foi gerada por ti, será o suficiente? Tenha como base de cálculo que o salário mínimo esteja em torno de R$788,00, tirando 30% dele, tu estará pagando para a mãe um montante de R$236,40 por mês para suprir TODAS as necessidades de uma criança (que inclusive tem mais necessidades do que você) e me diga: Você conseguiria se manter com apenas R$236,40 por mês?? Pois é, pois então NÃO RECLAME!


É por pensamentos semelhantes a esses do "papo de homem", que vemos Bolsonaros atacando mulheres em seus direitos ainda mal estabelecidos. É por pensamentos semelhantes a esses que vemos essa falsa simetria  entre paternidade x maternidade.

Exemplos:

Situação 1:
Pai levar o filho à escola

Reação da sociedade:
Nossa, mas é um exemplo de pai, quanto amor!

Situação 2:
Mãe levar o filho à escola

Reação da sociedade:
Normal. Não tá fazendo mais do que a obrigação.

Situação 3:
Pai dar atenção e amor ao filho

Reação da sociedade:
Que amor! Isso sim é que é ser pai! Coisa linda de se ver!

Situação 4:
Mãe dar atenção e amor ao filho

Reação da sociedade:
Não faz mais que a obrigação. Não quis fazer? Agora tem que cuidar também.


Portanto, enquanto a sociedade continuar estabelecendo, para o homem, a paternidade como opção, e para a mulher, a maternidade como obrigação, continuaremos tendo Bolsonaros dizendo o quanto uma mulher devia ganhar porque "mulheres engravidam" - e pelo visto, ele pensa que engravidam sozinhas, por osmose, whatever - e até mesmo dizendo a outra mulher que "não a estupraria porque ELA não merece".

Resumindo.

Enquanto tivermos uma sociedade machista a cagar ditar regras, veremos muitos machinhos por aí, achando que uma mulher, por querer ter filhos, é uma mulher "menos namorável".

Melhore, gente... Apenas melhorem.

Att.

O Casal











FAZER O BEM SEM OLHAR A QUEM



Fazer o bem, abraçar causas sociais, auxiliar nas políticas públicas já existentes são ações que vemos crescer exponencialmente.

Entre alguns famosos (e não famosos também) isso virou modismo. Sim, modismo!

Modismo, pois não se tem uma consciência crítica, não se vê uma politização nem uma tentativa de se pensar além do que se apresenta.

Recentemente a marca de camisetas do apresentador Luciano Huck (usehuck), que tem “fins sociais” e convida os consumidores a comprar para fazer o bem, lançou uma coleção infantil para o carnaval, com a frase estampada em cores alegres “Vem ni mim que eu tô facin” e para promover, crianças usam o produto como se vê na imagem:
 

Bora lá, galera, a intenção é boa, é por uma boa causa, bem maior, então FODA-SE (me perdoem a expressão, ou não) se isso é incitação à pedofilia, dane-se se isso dá a ideia de que crianças são presas fáceis, dane-se o impacto social que isso pode gerar...

A naturalização de violências está tão enraizada na nossa cultura que as pessoas não param para analisar que justificar isso com “é por um bem maior” ou ainda “é só uma brincadeira”, pode ter efeitos nocivos na sociedade e pior ainda, na base de nossa sociedade: as crianças.

Muito fácil ir para a TV e pregar de bom moço, fazer o bem sem olhar a quem, difícil é ver que fazer o bem sem olhar a quem, pode fazer mal aos que não são vistos.

Agora tracemos um breve histórico do Luciano Huck:


No dia 27 de abril de 2014, o jogador Daniel Alves foi vítima de racismo durante uma partida, na qual torcedores jogaram para ele, uma banana. Ele simplesmente abaixou-se, pegou a banana, comeu e continuou a jogar.
Após este episódio, Luciano Huck, no que parecia ser o auge de sua imbecilidade, apropriou-se de uma luta que NÃO o pertence e lançou em seu site, a camisa da pseudo-campanha promovida por ele “Somos Todos Macacos”:


Já no sábado, dia 13/12/2014, ele novamente nos “presenteia” com a seguinte situação:
Durante uma entrevista com a ex-ginasta Lais Souza, que ficou tetraplégica após um acidente de esqui, a Lais mostrou duas novas tatuagens nas pernas, em referência aos Jogos Olímpicos que havia disputado, ao que Luciano Huck a interroga:
- Doeu [pra fazer]?
- Não. – Respondeu Lais
- Tem essa vantagem, né? Disse ele,  em “tom de brincadeira”, por que né? É SEMPRE apenas uma brincadeira.
- Não. – retrucou a Lais.

Como se não bastassem estas situações mencionadas até o presente momento, eis que o site “usehuck” nos surpreende (ou não) com mais e mais situações de preconceitos naturalizados, sendo elas:

Quando o site resolve achar “legal” pregar e naturalizar a gordofobia:

Ou quando acha super de boa fazer camisas para mulheres com estampas machistas:







Ou quando a marca “usehuck” simplesmente achou O.K. fazer piadinha com a religiosidade negra baiana...
(Clique para ampliar)

E o que dizer então dessa “belíssima” camisa que acha desnecessário o recorte de classe?
(Clique para ampliar)

Fazer o bem sem olhar a quem...  É muito fácil dizer-se em prol de causas sociais quando se está no “pedestal” dos privilégios...  É desonesto dizer-se a favor de causas sociais enquanto se apropria de seus símbolos e / ou lutas... É desonesto dizer-se contra o racismo, ao passo em que grita aos quatro cantos que “Somos Todos Macacos” ou que “Igualdade is the new black”, enquanto se está usufruindo de seus privilégios brancos... É desonesto dizer-se contra qualquer forma de discriminação quando zomba de religiões de matriz africanas, ou quando  diz que “se concentração ganhasse jogo, time do presídio não perdia uma partida”.

Portanto, Luciano e galera da Use Huck: Não adianta dizer-se em prol das pessoas negras, quando se está apropriando da luta delas, isso não é apoio, é apagamento!

Não adianta dizer-se em prol das pessoas de baixa renda quando se está vendendo para outro público, camisas elitistas.

Não adianta dizer-se em prol das mulheres enquanto se fabrica camisas com conteúdo machista E gordofóbico.

Antes de mais nada, se quer MESMO dizer-se em prol de alguma causa de alguma 'minoria', tenha certeza absoluta de que está reconhecendo seu local de fala e seus privilégios.

Att.

O Casal